30 Mar 2004

Brilhante


"Aliás, dizem que o próximo filme do Mel Gibson vai ser sobre Joana d'Arc - mas só a parte final, do começo do cozimento até ela ficar pronta. Outro sucesso garantido entre o público religioso."

Luís Fernando Veríssimo, in Expresso 27/03/04. Lê-lo é a única justificação para pagar os €3.

A propósito de tabaco


Ainda alguém se lembra de um texto do MEC sobre o higieno-fascismo, cada vez mais vigente (ver o caso da Irlanda, quanto tempo vai demorar até surgirem outros)? Se o encontrarem, o email está em cima. Obrigado.

Está quase a fazer 10 meses que deixei de fumar. Estou contente por isso. Mas não fumar é uma escolha. Tão legítima como fumar. Se esta merda continua, lá vou ter de voltar a fumar outra vez. Nem que seja só para ter a noção de que a escolha continua a ser minha.

Actualização: lembrei-me de pedir ajuda para encontrar o texto a alguns dos assumidos "pastilhentos" - charlotte, papoila, maradona, mcguffin, agradeço antecipadamente.

29 Mar 2004

maradona (com minúscula)


Voltou. A causa continuará a ser modificada. A re-transformação do Top4 em Top5 segue dentro de momentos.

Já está a cumprir


"Mas porquê este apego provinciano do país aos títulos, ao 'doutor', ao 'engenheiro' e, agora, ao 'excelência'. Porque não «Diga lá, sacana»? Ou então, pela negativa, recordando palavras imortais de João César Monteiro, «Cala-te, boi». "

Pedro Lomba em grande estilo, no Fora do Mundo

Notas do fim-de-semana


A minha avó fez 75 anos. Ver a minha avó tão bem, ao lado do meu avô, é um daqueles sentimentos dúplices. Ao mesmo tempo que me enche de gozo, a apreensão vai também crescendo. Fim de festa?

O Vasco deu os primeiros passos. E fez o tio ficar ainda mais babado

Os outros dois rufias insistiram que eu devia jogar à bola com eles. Resultado: pé-torcido, deverá manter-me afastado dos relvados durante duas a três semanas. É impressionante como as crianças nos convencem a actos da mais absurda estupidez. Primeiro porque nunca soube jogar à bola. Segundo porque a probabilidade de lesão era, sejamos claros, elevada. Apesar de tudo, espero que eles continuem a insistir comigo para ser o mais estupido posível. Só a estupidez me (nos) pode salvar.

Expresso? Notícias? Litlle Couto (como se escreve aqui)? Desconheço. De tristezas só mesmo Sporting 1- Paços 0. Os três pontos já cá cantam. Mas a exibição, senhores....

26 Mar 2004


Wrong target

"The White House is so thin-skinned and defensive, however, that it simply cannot bring itself to join what ought to be a grown-up national conversation of how best to deal with terrorism. Its schoolyard name-calling does no one any good, least of all Mr. Bush, who is made to appear far more interested in undermining Mr. Clarke's credibility than in addressing the heart of his critique."

in NYT, 26/03/2004

Excerto do editorial do New York Times de hoje (sem link, é gratuito mas necessita de registo), com o título "Wrong Target" e sobre o esforço sobre-humano da administração Bush em descredibilizar Richard Clarke.

Dois comentários. O primeiro, a comentar a fina ironia do título. De facto, apenas Bush e os seus perceberão os alvos que tentam atingir. O segundo para estender o comentário "schollyard name-calling" aos grandes defensores da actual administração norte-americana. Quem ainda não conseguiu ultrapassar o "Tudo pela Nação, nada contra a Nação".

25 Mar 2004

Vitória...


moral, claro, do Benfica esta noite. Se tivessem vergonha na cara, os lampiões deviam perder vergonhosamente como fez, e bem, o meu clube contra aqueles turcos com aquele nome que ninguém consegue dizer (e que hoje, a propósito, iam eliminando o Valencia). Enfim, uma vergonha, perpetuar assim uma das piores tradições portuguesas. Já imagino as capas dos jornais desportivos amanhã (quase! heróis! que falta de sorte!). Assim, não vamos a lado nenhum...

Uma homenagem, sentida, a este senhor


A mistura certa (e tão difícil de alcançar) de sabujice, estupidez, ignorância e incapacidade de estar silencioso. Em dose diária. Obrigado, L. Delgado. Os dias são mais divertidos por existires.

24 Mar 2004

Promete


Pela qualidade dos autores. Porque, longe das diferentes visões do mundo, e são bens diferentes da minha, existe o prazer de ler. Sempre esse prazer. Fora do Mundo. Bem vindo.

Era Top5, passa a Top4. Como prometido.


Através de mais um blogue do (agora) top4, o contra-a-corrente, recebo a triste notícia do suicídio do a causa foi modificada. A boa notícia (uf!!) é que o maradona (com minúscula) continua bem e, pelo texto que se pode ler no contra-a-corrente, inspirado. Aliás íssimo. Salve maradona (com minúscula). Obrigado Mcguffin.

23 Mar 2004

Meia idade


Hoje comprei um "scrubing lotion", isto é, um esfoliante. A crise de meia-idade pode começar aos 28 anos?

....

22 Mar 2004

Não há justiça


Um blogueiro cria um top5. Com trabalho. Com esforço. Que há muito por onde escolher. E depois o maradona (com minúscula) faz-me isto. Não há direito. Se a situação não se reverter passa a top4. Lamento, mas ninguém substitui o maradona (com minúscula).

Não percebo


1. Em que é que a transformação do xeque Yassin em mártir vai ajudar o processo de paz entre Israel e a Palestina?

2. Esta ordem, vinda directamente de um conselho de ministros, diz o quê sobre a actuação de Israel como um Estado de Direito e como uma Democracia?

Seja como for, não me parece que o mundo tenha ficado pior depois da morte do xeque Yassin. Já depois da forma como ele foi morto, não tenho muitas dúvidas de que ficou pior.

A esperança de uma forma diferente de lidar com o terrorismo vai-se desvanecendo.

19 Mar 2004

Uma pessoa anda a passear n' A Praia e...


... encontra este artigo (transcrito em baixo) de Paul Krugman. Desde a Faculdade que Krugman é um dos meus favoritos. Pelas ideias sobre economia mas não só.

Taken for a Ride
By PAUL KRUGMAN

Published: March 19, 2004


Either you are with us, or you are with the terrorists." So George Bush declared on Sept. 20, 2001. But what was he saying? Surely he didn't mean that everyone was obliged to support all of his policies, that if you opposed him on anything you were aiding terrorists.

Now we know that he meant just that.

A year ago, President Bush, who had a global mandate to pursue the terrorists responsible for 9/11, went after someone else instead. Most Americans, I suspect, still don't realize how badly this apparent exploitation of the world's good will — and the subsequent failure to find weapons of mass destruction — damaged our credibility. They imagine that only the dastardly French, and now maybe the cowardly Spaniards, doubt our word. But yesterday, according to Agence France-Presse, the president of Poland — which has roughly 2,500 soldiers in Iraq — had this to say: "That they deceived us about the weapons of mass destruction, that's true. We were taken for a ride."

This is the context for last weekend's election upset in Spain, where the Aznar government had taken the country into Iraq against the wishes of 90 percent of the public. Spanish voters weren't intimidated by the terrorist bombings — they turned on a ruling party they didn't trust. When the government rushed to blame the wrong people for the attack, tried to suppress growing evidence to the contrary and used its control over state television and radio both to push its false accusation and to play down antigovernment protests, it reminded people of the broader lies about the war.

By voting for a new government, in other words, the Spaniards were enforcing the accountability that is the essence of democracy. But in the world according to Mr. Bush's supporters, anyone who demands accountability is on the side of the evildoers. According to Dennis Hastert, the speaker of the House, the Spanish people "had a huge terrorist attack within their country and they chose to change their government and to, in a sense, appease terrorists."

So there you have it. A country's ruling party leads the nation into a war fought on false pretenses, fails to protect the nation from terrorists and engages in a cover-up when a terrorist attack does occur. But its electoral defeat isn't democracy at work; it's a victory for the terrorists.

Notice, by the way, that Spain's prime minister-elect insists that he intends to fight terrorism. He has even said that his country's forces could remain in Iraq if they were placed under U.N. control. So if the Bush administration were really concerned about maintaining a united front against terrorism, all it would have to do is drop its my-way-or-the-highway approach. But it won't.

For these denunciations of Spain, while counterproductive when viewed as foreign policy, serve a crucial domestic purpose: they help re-establish the political climate the Bush administration prefers, in which anyone who opposes any administration policy can be accused of undermining the fight against terrorism.

This week the Bush campaign unveiled an ad accusing John Kerry of, among other things, opposing increases in combat pay because he voted against an $87 billion appropriation for Iraq. Those who have followed this issue were astonished at the ad's sheer up-is-down-ism.

In fact, the Bush administration has done the very thing it falsely accuses Mr. Kerry of doing: it has tried repeatedly to slash combat pay and military benefits, provoking angry articles in The Army Times with headlines like "An Act of `Betrayal.' " Oh, and Mr. Kerry wasn't trying to block funds for Iraq — he was trying to force the administration, which had concealed the cost of the occupation until its tax cut was passed, to roll back part of the tax cut to cover the expense.

But the bigger point is this: in the Bush vision, it was never legitimate to challenge any piece of the administration's policy on Iraq. Before the war, it was your patriotic duty to trust the president's assertions about the case for war. Once we went in and those assertions proved utterly false, it became your patriotic duty to support the troops — a phrase that, to the administration, always means supporting the president. At no point has it been legitimate to hold Mr. Bush accountable. And that's the way he wants it.


E-mail: krugman@nytimes.com

Custo de oportunidade


A blogosfera está a ficar mais militante. E, claro, menos interessante.

Espantos


Continuo a dar formação. A centenas de pessoas. Em dezenas de sessões. Repetindo. Sempre repetindo. Tem sido das experiências profissionais mais interessantes na minha (curta) carreira. O que me espanta é o facto de as pessoas me atribuírem credibilidade. De conseguir comunicar. Não estava à espera de ser capaz. É boa a sensação.

17 Mar 2004

2 anos de Governo PSD/PP - 2 notas



1. O PSD continua tão vazio como sempre. Pragmatismo. Acção. Ninguém sabe muito bem para onde é que se vai. O que é preciso é mexer. Ou, pelo menos, dar a ideia disso.

2. A falta de alma do PSD torna ainda mais grave a presença do PP neste governo. As posições xenófobas, declaradamente anti-sociais e essencialmente retrógadas não são combatidas ou pelo menos moderadas pelo PSD.

Mau, mau, mau é a alternativa não ser brilhante (to say the least). Mesmo assim, prefiro-a.

16 Mar 2004

Vale a pena ler


Transcrevo, com a devida vénia, a opinião mais esclarecida que li até agora sobre o terrorismo em Madrid

Tragédia Espanhola Por EDUARDO LOURENÇO
Terça-feira, 16 de Março de 2004

Cultura realista, a espanhola, tem do que lhe é próximo, uma vivência rude, carnal. Para ela o vizinho não é apenas o que mora ao lado. É o burgo que a cerca, a comunidade a que pertence. A gente de Alcalá de Henares viveu colectivamente o horror que atingiu os seus "vizinhos" e com o sentimento desta "vecindad" afinal, a Espanha toda. Só nestes momentos o distraído mundo que fabricámos entra em si mesmo e se transcende. A tragédia espanhola mostrou que os nossos vizinhos não só defrontaram o horror com coragem e dignidade mas com uma determinação e uma eficácia exemplares. Nem na alma nem no espaço devastado o caos pode triunfar. O terrorismo na sua forma mais implacável não terrorisou a Espanha.

Mas fê-la reflectir, menos pela sua mensagem sinistra e vingativa que pela resposta inadequada e quase pavloviana - com justificação num passado conhecido - que se enganou de alvo, atribuindo à ETA o que já vários meios europeus e internacionais julgavam ser de responsabilidade islâmica. Este engano de leitura que era mais do que isso pois não era isento de cálculo político em vésperas de eleições, foi fatal ao governo Aznar. Em menos de quarenta e oito horas, uma opinião em estado de choque, na sua maioria ainda disposta a votar PP, convenceu-se do carácter manipulatório em todo o caso desastrado, do comportamento oficial e decidiu sancioná-lo, num reflexo que terá poucos precedentes. Em termos banalmente emocionais o que ontem aconteceu em Espanha poderá parecer uma injustiça e a uma sanção desproporcionada contra um governo até então creditado de uma boa gestão, arrogante no seu diagnóstico, com uma boa imagem de marca em termos europeus. Em termos políticos e de memória recente, as coisas são mais complexas. Lembremo-nos que a Espanha que por ocasião da tragédia descobre que o seu "carismático" chefe lhe mente é a mesma que por ocasião da até hoje ilegitimada invasão do Iraque, pôs na rua dois milhões de pessoas no mais vasto protesto público do mundo ocidental. Na verdade, o que era estranho é que esse profundo movimento de desaprovação da política exterior de Aznar não tivesse, em termos de sondagens, alterado profundamente as intenções eleitorais. Tudo se passou como se diante da invasão consumada, recolhendo os louros da "vitória" do aliado americano, assumindo em flecha o seu papel de guarda-avançada contra um Terrorismo, descrito e aceite nos termos de G. Bush e a sua administração, a opinião pública espanhola se tivesse resignado à aposta voluntarista, quixotesca (se se pode dizer) de Aznar.

Aposta ganha, ninguém o duvida, se o imprevisível (mas também na ordem do previsível) atentado do 11 de Março, com uma brutalidade rara não viesse alterar todas as perspectivas. Calculado para obter esse efeito desestabilizador, o monstruoso atentado obteve, sem dúvida, mais do que os seus autores podiam imaginar. E do ponto de vista espanhol uma daquelas mudanças políticas que, dadas as circunstâncias, é quase uma revolução. Menos em termos de política interna do que externa, mormente europeia. Discípulo fiel de Blair, sacralizado pelo Congresso americano, Aznar pensava ter alcançado para si e para a Espanha aquele estatuto de "grande" que a Espanha merece e que reclama, mesmo correndo o risco que impavidamente correu, de deslocar a fraca Europa em construção. E quando, com uma aura à Carlos V plebeu estava em vias de abandonar, com a admiração de muita gente, com uma extraordinária carreira politica, o Capitólio Moncloa dos seu sonhos realizados, é precipitado por uma última irrupção dos demónios da História, numa dramática rocha-Torpeia.

Não invertamos as perspectivas. O drama subjectivo de um político com qualidades - entre elas a da coerência e coragem de assumir os valores de que se reclama a Espanha que há muitos anos o elegeu - é pouca coisa ao lado do drama humano, sem glosa mais que a dor e a revolta que inspiram.

O Partido Socialista em nada se deve sentir culpado por ter beneficiado de tão dolorosa causa ocasional da reviravolta do eleitorado espanhol. O desastre político do PP não estaria escrito nos astros. Mas o seu contencioso começava a ser pesado a alguns e nada tinha que ver com o pró-americanismo ostentatório do Governo Aznar, com o caso do Prestige. Que já fora fruto de uma certa concepção desdenhadora, quase autista, do Poder. Aznar não é o primeiro político europeu a que o sucesso, quer na ordem interior, quer exterior, subiu à cabeça. Ainda há apenas quinze dias, em entrevista ao "Monde" leccionava a França culpada a seus olhos de tibieza. Claro que não era este género de atitude, imperialista, digamos, que o desconsiderou aos olhos do espanhol médio. Pelo contrário, residia no anti-francesismo notório da sua política uma das razões da sua aura. O anti-francesismo ou não francesismo faz parte da sensibilidade ou do inconsciente espanhol. Contra-natura foi a sua imoderada paixão pelos Estados Unidos, sobretudo por este sr. Bush, herdeiro do imperialismo americano de que a Espanha colonizadora e o espaço latino-americano foram presa histórica. Nem Franco morria de amores pela Grande Nação. Convenceu-o o seu mau génio Blair que juntando-se ao senhor do mundo poria a Europa a seus pés?

Se foi o caso, o sonho faliu. E não é mau que tenha falido como outros menos ostentatórios mas na mesma linha.

A Espanha de Aznar foi punida no lugar de Bush e quando isso se tornou claro no espírito dos espanhóis, o destino do anti-carismático e bem sucedido líder da direita espanhola estava decidido.

Ainda é cedo para avaliar as consequências deste 11 de Março, logo glosado pelos nossos pró-americanos de serviço como um outro 11 de Setembro. Não é um novo 11 de Setembro na Europa. É justamente o contrário. E cabe agora ao PS espanhol demonstrá-lo. E para além dele à Europa, a uma Europa que não deve entrar em pânico com estes novos "seldjucidas" dentro dos seus muros, mas mobilizar-se e mobilizar o mundo para o único combate oposto ao da guerra infinita absurda e apocalipticamente imaginada pelos Bush, Rumsfeld e os seus conselheiros: o combate pela Paz. A começar pela paz no Médio Oriente. Lugar infernal de que o horror de Madrid é só a visível e monstruosa consequência.

Vence, 14 de Março


Hidden Agenda


É daqueles mitos urbanos. Todos os governos, mas especialmente o americano têm uma hidden agenda. O que não dizem. A verdadeira razão, a verdadeira motivação por detrás de todas as acções que empreendem. O que esta convicção tem de verdade, também tem de inútil. Ou seja, não sou fã das teorias da conspiração, de ter sempre aquela ideia "pois, pois eu é que os percebo".

É hoje claro como água que as famosas WMD eram uma mentira. Um pretexto. Existem outras razões para o Iraque ter sido invadido. Se são humanitárias, então o Iraque vai ser apenas o primeiro. O que não faltam por aí são ditaduras sanguinárias. Até hoje ainda ninguém me conseguiu explicar por a+b quais eram as razões.

Mas a minha questão é outra. O governo de Aznar, depois de ter mentido sobre as WMD (que o povo espanhol aparentemente perdoaria, a julgar pelas sondagens), decidiu divulgar e tentar fazer passar a versão sobre o assassínio de 200 pessoas que mais lhes convinha. E esta atitude perdoa-se?

Sinais de vida


É o que a economia começa a dar. Aqui e ali vão se dando os primeiros passos de um novo ciclo, ou melhor do fim de um ciclo de pessimismo. Novos empregos. Novas empresas. Novos sonhos realizados. Vêm aí tempos melhores.

Eu sei. O tom é um bocadinho aprimaverado (mais uma palavra nova). Mas o que é que querem? Só falta uma semana.

Disclaimer: Uma das coisas que a formação em economia me ensinou é que os governos têm muito pouca influência, para não escrever nenhuma, no andamento da economia. Esta posta não deve, repito, não deve ser lida como contendo qualquer espécie de elogio ao governo. A recuperação, temos de a agradecer ao facto de sermos uma pequena economia aberta.

É verdade! Ele está vivo...


Quem viu ontem o Manuel Monteiro na SIC Notícias? Quem viu o ar de sempre, de democrata por necessidade, não por convicção? E qual é a resposta aos ataques terroristas em Madrid? "Fechar o espaço Schengen". É de gritos! Querem saber o que eu acho? Acho que a Nova Democracia é igual ao PP, só que sem a necessidade de ser politicamente correcta.

A pergunta é: porque é que o Manuel Monteiro tem tempo de antena?

15 Mar 2004

Alguém falou em amargo?


Posta Depressão e Quarentena, na Blasfémia.

Querem saber quem tem razão? Leiam o Ivan n' A Praia.

Preciso de sistematizar


Não vou na conversa de que os culpados dos ataques em Madrid são o grupo das Lages, mais propriamente José Maria Aznar, por invadir o Iraque ou apoiar os EUA. Os ataques em Madrid são obra de gente criminosa, de monstros. Se calhar, o maior desafio que vamos enfrentar nos próximos anos é combater esta ameaça (terrorismo/fundamentalismo islâmico).

Não me parece que a vitória do PSOE seja a vitória do Bin Laden. Porque não é a vitória do medo. Porque perante as 72 horas vergonhosas do governo PP, na forma como tentaram utilizar um acto terrorista para ganharem dividendos eleitorais (mesmo que estes viessem na forma de não perderem as eleições), tirá-los do poder era uma questão de dignidade. E aquilo que as pessoas não perdoam são as atitudes indignas.

Assusta-me (como a todos, suponho) a leitura que grupos terroristas possam ter deste acto (embora eu acredite que o lêem erradamente se pensarem que o voto dos espanhóis é de cedência).

Quer alguma blogosfera queira, quer não, é sempre bom ver mentirosos a serem punidos. Principalmente quando se arvoram a moralistas do sistema. Por isso, entendo algumas das reacções "começou a limpeza". Eu também ainda estou à espera que o Primeiro-Ministro do meu país venha mostrar as provas das WMD no Iraque. E não, desculpem lá, mas não é uma questão menor. E, desculpem lá outra vez, mas é um assunto diferente de se o Iraque está ou não melhor. Ou os fins justificam os meios? E já agora, eu acho que o Iraque (e principalmente os iraquianos) estão melhor na situação actual do que na anterior.

Gostei de ver, mas pode ser apenas uma esperança minha, que a ETA e o seu "terrorismo romântico" granjeia hoje bastante menos adeptos do que há uns anos atrás. Era horrível ter de assistir a argumentos do género, "eles são terroristas com responsabilidade", "avisam antes", "não matam as classes trabalhadoras", and so on, and so on.

Zapatero e a posição sobre as tropas no Iraque... admito que seja difícil dado a questão dos incentivos aos terroristas. Mas pensem. O PP foi derrotado por mentir e assumir comportamentos dúbios. O PSOE é eleito e a primeira medida que toma é revogar uma promessa eleitoral, ligada ao assunto terrorismo/apoio ao George W., e repetida vezes sem conta. Não faz sentido, pois não?

continua...

Como não gerir a informação....


... numa situação de terrorismo. Case-study .

Aeroporto FSC


Forçado a deslocar-me ao Porto nestas últimas semanas em trabalho, tenho utilizado o Aeroporto Francisco Sá Carneiro (deve ser JFK versão tuga). Não há palavras para descrever o recinto... Com o devido respeito, parece que acabámos de aterrar na Twilight Zone e não num aeroporto internacional.... Na Quinta-feira, chovia a potes (o que não é acontecimento raro na Invicta). Difícil, difícil era não tropeçar nos inúmeros baldes que tentavam, de mau grado, colher a água das inúmeras goteiras!

12 Mar 2004

Basta de violência















Obsceno


Leio, na blogosfera portuguesa, polémicas, comparações, escolhas selectivas para comparar isto ao que se passa em Israel ou na Palestina. O bom senso desaparece. Há pessoal tão imerso nas suas pequenas questiúnculas, tão absorvido a masturbar-se que não se apercebe do obsceno que é introduzir mas, encontrar culpados na administração Bush, ou aproveitar para cascar no Bloco de Esquerda.... Deviam ser apenas ridículos. Mas a capacidade de se odiarem num momento destes torna-os obscenos.

11 de Março


Mais um dia de formação no Porto. Às 7h50 já estou no aeroporto para apanhar o avião. O detector de metais está especialmente sensível hoje. Tenho de tirar o relógio. Depois o cinto. Depois os sapatos. Lá acabo por conseguir passar. Penso que é estranho, que não costuma estar tão sensível. Não me apercebo, ainda não sabia... Às 11 horas, no intervalo da formação ligo para o escritório. Todas as bolsas caem. É aí que o Rui me diz. Mais de 100 mortos. Comboios. Madrid. Passo o resto do dia a pensar, Madrid é tão minha cidade como o Porto, como Coimbra, pertence ao meu país. Só cheguei a Lisboa há pouco. Só vi as imagens agora. Porquê? Para quê? Choca-me a falta de humanidade, choca-me a irracionalidade, choca-me a injustiça, choca-me! Choca-me! Porra. Podia estar a escrever até amanhã. Os nomes dos mortos, o nome da família dos mortos, todos os nossos nomes, somos todos que estamos ali.

10 Mar 2004

Juro!


Este blogue é o melhor.

Bem prega frei Tomás


É sempre um bom dia quando moralistas de alcova são expostos.

Abstinência Não Evita Doenças Sexualmente Transmissíveis
Por AP
Quarta-feira, 10 de Março de 2004

São adolescentes norte-americanos, defendem a abstinência sexual e a virgindade até ao casamento - uma teoria que o Presidente George W. Bush também apoia -, mas têm índices de contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DST) muito semelhantes aos que têm vida sexual activa.

As conclusões foram ontem apresentadas, em Filadélfia, num congresso sobre DST. O estudo concentrou-se sobre a vida sexual de 12 mil adolescentes, entre os 12 e os 18 anos. Segundo os dados, os jovens que defendem a abstinência atrasam o início da sua vida sexual até ao momento em que contraem matrimónio, casam mais cedo, têm menos parceiros, mas nem por isso estão protegidos de uma infecção. Foi o que os autores confirmaram, seis anos depois, quando voltaram a inquirir os mesmos adolescentes.

As estatísticas de DST entre estes jovens e os que têm vida sexual activa são semelhantes, dizem os investigadores. O estudo refere que a taxa de infecção de DST entre adolescentes brancos abstinentes é de 2,8 por cento e de 3,5 para os sexualmente activos. Entre os hispânicos é de 6,7 para 8,6 por cento. Entre os jovens negros a taxa é de 18,1 para os abstinentes e 20,3 para os outros. E, por fim, entre os asiáticos, os defensores da virgindade têm uma média mais alta que os outros: 10,5 contra 5,6 por cento.

Do ponto de vista estatístico, os números são iguais para os dois grupos, defende Peter Bearman, da Universidade de Columbia, co-autor do inquérito com Hannah Bruckner, de Yale.

O problema, refere o estudo, é que os defensores da virgindade usam menos preservativos do que os outros. "A mensagem é simples: Dizer 'não' pode funcionar a curto prazo, mas não a longo", declara Peter Bearman.

Assim que as primeiras conclusões do estudo chegaram a público, os críticos à abstinência levantaram-se na defesa dos benefícios da educação sexual nas escolas. Afinal, os miúdos que têm vida sexual activa usam preservativo, argumentam. "É uma tragédia quando sonegamos informação aos jovens sobre como se pode apanhar uma DST ou engravidar", lamenta Dorothy Mann, directora executiva da associação de planeamento familiar norte-americana.

in Publico

9 Mar 2004

Frases (I)


"Só existiram duas mulheres para o teu pai. A tua mãe e... todas as outras"
in BIG FISH

Não é a origem o importante




Bem sei que sou novinho - ó para mim a passar-me atestados desculpabilizantes - mas já cheguei à conclusão de que são raras as vezes em que encontramos a beleza. Sublime. O pormenor deslumbrante. Foi assim com os lábios da Scarlett Johansson. E agora o Glória Fácil revela-nos isto. Que aquela boca não é obra da grande pool genética, do acaso, da ínfima probabilidade (que gera tanta esperança, tanta!), mas sim de mãos habilidosas e silicone! Que, se querem que vos diga, me parecem tão meritórios quanto a tal pool genética. Em resumo, é pena, sim but who wants it to be perfect?

Ridículo!! E daí...


ABORTO
Taiwan quer pedido de desculpas da SOS Vida
Depois da divulgação de panfletos anti-aborto pela SOS Vida, o representante de Taiwan em Portugal exige um pedido de desculpas por parte da associação, além de uma declaração por parte do Governo português.

in TSF

Comecei por me rir.... É daquelas situações em que mais vale estar calado. Mas depois, pera aí..., de facto... ter o meu nome referenciado num panfleto de uma organização que produz coisas destas.... Dasse! Tem toda a razão!! Qual pedido de desculpas qual quê... Processo em cima já!

Os anos da mana velha


Parabéns. E obrigado. Por tudo.