30 Apr 2004

A compostura


Muitos lhe vaticinaram um triste destino como Ministro de Estado e da Defesa. Conhecendo o Paulo Portas truculento, espalhafatoso, director de jornal de escândalos, era difícil imaginá-lo numa pose de Estado, serena, digna. No entanto, o "Paulinho das feiras" surpreendeu tudo e todos, mantendo-se distante das quezílias, adoptando um estilo muito mais sereno e, claro, pondo em prática muito do que andou a condenar durante anos na casse política.

Mas, sinceramente, parece-me que esse tempo passou. Voltamos à história do escorpião e do sapo. Até podemos lutar contra a nossa natureza mas esta acaba por ganhar.

Os episódios da pastilha elástica no desfile militar e a apoplexia nervosa que hoje ia tendo em pleno parlamento, mostram-nos o Portas que conhecíamos, com a sua aura de arrogância e difícil convivência com a democracia. Está-lhe a estalar o verniz. Já não era sem tempo.

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