4 Aug 2004

Não perguntem


E enquanto a crise de inspiração, notória e sentida pelos meus 3,5 leitores, não passa, o que é que podemos fazer com este blog? Há um ano atrás, quando apenas lia blogs, não tive a oportunidade de sentir os efeitos que Agosto tem sobre a escrita , é inevitável, lá diria o outro, se estivesse aqui outro, mas não é o caso. Não, quem está mesmo aqui sou eu. Eu, não tão chateado como um peru em véspera de Natal, convenhamos que não deve ser agradável, se bem que, pelo menos os que são mortos em casa dos meus avós sempre batem as botas com uma bela de uma tosga que não lembra. Lembrei-me agora de ter lido em algum lado que o máximo da lucidez é atingido nos momentos anteriores a morrer. Não deviam, no entanto, estar a falar de perus.

Onde é que eu ia? Ah, razoavelmente aborrecido por não existir uma alma (no sentido figurado) caridosa (no sentido literal)que patrocine a minha (ou deveria dizer a nossa, mas está implícito na minha e como tal não é necessário) felicidade, permitindo-me assim esse momento de rara beleza que seria mandar os rácios de Sharpe e outros quejandos igualmente desinteressantes para a puta que os pariu.

Relembrando-me, em tom de mantra, que a esperança é a última a morrer (não se sabe se sóbria) vou gozar o fim-de-tarde e esta luz espantosa que banha a minha cidade. Melhores dias virão. Estou certo que sim.

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