Em todas as campanhas há excessos. A campanha do referendo não foi excepção, mas teve uma particularidade interessante. A esmagadora maioria dos excessos esteve concentrada num dos lados da barricada: o Não. Estive meses a ser (explícita e implicitamente) acusado de defender e promover o infanticídio em proporções dantescas apenas por votar Sim. Não foram só os folhetos - localizados, felizmente - com fotografias de fetos ensaguentados e de figuras religiosas a chorar. Eram também os cartazes (de todas as plataformas do Não, sublinho) com frases do género "ainda vai a tempo de salvar muitas vidas".
Os auto-denominados Pró-Vida não se cansaram - de uma forma generalizada, repito - de tentar colar o Sim à defesa da morte. O que, de tão desonesto que é, não tem desculpa possível.
PS: vem um bocadinho tarde este texto, mas estava a ver se o nível de irritação com este tema diminuía. Não aconteceu.
4 comments:
Eu nem quero começar a dizer coisas. E esta ficção agora de que havia um "consenso" acerca do processo médico dever ter como objectivo dissuadir as mulheres de abortarem? Foste tu que lhes disseste isto, D?
Estive imenso tempo a resistir, fuckit, mas esta estava entalada. E tão bom como o "consenso" é esta coisa de votarem não à alteração da lei e agora quererem ter peso na lei alterada. Faz sentido, sim senhor.
Eu já não consigo manter a compostura! Só me apetece ser verdaeiramente javarda! Bolas!
Uma coisa é demagogia, outra demagogia barata e outra ainda DESCONSIDERAÇÂO, MALDADE E MENTIRA!
Recusei-me a ouvir o antes e recuso-me a ouvir o depois... Se isto funcionar tão bem como tudo o resto a criança nasce antes da primeira consulta de apoio psicológico...
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