Na tarde de sexta-feira passada, enquanto se fazia história no Egipto, estava no trabalho colado à televisão a ver as imagens da Al-jazeera, emocionado com a felicidade única daquela multidão, o momento da libertação em que tudo parece possível.
À minha volta a indiferença era total. Perante várias tentativas de comentar, de partilhar aquele momento, a reacção variava entre os que não faziam ideia do que se passava naquele país e os que, sabendo que se passava alguma coisa, não viam nada de especial no momento.
Tomamos a liberdade como garantida, até a retirarmos por completo das nossas inquietações. Achamos que o que se passa naquele outro mundo - em que até a cor da pele não é a nossa - não nos interessa para nada. Mais cedo ou mais tarde a indiferença vai sair-nos cara.
*da música "Pode alguém ser quem não é?" de Sérgio Godinho
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