Estas eleições decorrem numa altura em que a União Europeia vive uma crise sem precedentes, com consequências que podem ser desastrosas para todos, caso continue a prevalecer a cegueira dos interesses individuais imediatos de alguns países contra o que é o óbvio interesse colectivo.
Que esse tema esteja, de forma geral, ausente da campanha é explicado pela narrativa criada pela oposição: tudo o que aconteceu nesta crise é culpa exclusiva de Sócrates e quem disser o contrário é, obviamente, mentiroso. Esta narrativa tem ainda o efeito perverso de reforçar quem, lá fora e cá dentro, resume os desequilíbrios macro-económicos presentes no espaço europeu a um problema moral dos povos do Sul (que gostam de gastar mais do que produzem, yada, yada, yada...).
Não perceber, ou recusar, o contexto em que estamos inseridos não é só triste. Infelizmente, é também perigoso para a credibilidade de qualquer futura solução governativa.
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