Há uma maioria clara de direita para os próximos quatro anos, embora estes estejam longe de ser quatro anos típicos. Só António Costa conhece as razões de não assumir agora o desafio de se candidatar à liderança do PS, mas esse (não) gesto tem uma leitura de calculismo político.
E isso chateia-me. O PS deve estar orgulhoso de tudo o que foi feito nos últimos seis anos, que foi muito mais do que os erros que foram cometidos. António Costa era um rosto de continuidade, sim, mas diferente o suficiente para criar a distância necessária a um novo líder.
Ficamos assim com António José Seguro, que espera há muitos anos esta oportunidade. Mas, lamento, não me parece que mobilize ninguém fora das tais bases que supostamente o apoiam. E com Francisco Assis, que respeito e foi um líder parlamentar extraordinário, mas que não deverá ser capaz de contrariar o momento de António José Seguro.
A sensação de que o melhor PS - na minha opinião, claro - se vai guardar para tempos mais auspiciosos é uma desilusão. Porque o que foi feito nos últimos 6 anos merece ser realçado e porque os próximos dois anos exigem uma oposição particularmente eficaz às tentações de uma direita reforçada pela maioria confortável que obtiveram e pelo momento peculiar que vivemos.
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