A tragédia grega - impossível fugir aos lugares-comuns - podia, ainda assim, ter uma vantagem para Portugal. Mostrar-nos que o caminho imposto pela troika se esquece de manter o paciente vivo enquanto lhe administra a suposta terapia que o irá curar.
Uma economia a entrar no 5º ano de recessão, a taxa de desemprego que duplicou para mais de 20% entre Novembro de 2010 e Novembro de 2011, receitas fiscais que colapsam apesar do aumento de impostos. Há diferenças grandes entre a economia grega e portuguesa? Sim. Mas a terapia é a mesma. E os efeitos, mesmo sendo menores, impedirão que consigamos reduzir o nosso nível de endividamento sobre o PIB. Que deveria ser o nosso objectivo final.
Entretanto, o nosso governo não só ignora o exemplo grego, como insiste em alardear que pretende ir além da troika. Há qualquer coisa de infantil nesta vontade cega de agradar, de pedir ainda mais castigo por um suposto mau comportamento anterior. O bom senso necessário para olhar em volta e perceber que a realidade indicia de forma clara que esta política está destinada a ser um desastre desapareceu em combate. Freud explica, provavelmente.
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