A Grécia vai sair do euro, leio por aí. Com um tom de alívio, como se
falassem de uns vizinhos diferentes (que fazem barulho, e tal) e que
vão mudar para outro bairro. E como se os problemas do bairro se
resolvessem pela saída destes. Mas, claro, não resolvem.
Os problemas da zona euro, e da União Europeia, são estruturais.
Derivam da falta de mecanismos para compensar os desequilíbrios
macroeconómicos que se acumulam. Do papel castrado que escolhemos para
o BCE. Da falta de integração fiscal. Da falta de democracia.
A saída do elo mais fraco tem, a meu ver, uma de duas consequências.
Ou provoca a implosão da zona euro como um todo já. Ou mostra o
caminho para todos os outros países diferentes e barulhentos saírem.
Seja como for, são péssimas notícias para Portugal e para a União
Europeia.
15 May 2012
8 May 2012
3 May 2012
Eyes wide open
"(...) Ordinarily, of course, policymakers would react to this deterioration by taking steps to stabilise the economy. What is most frightening about the euro-area picture is that this is not happening. For now, austerity remains the rule. Despite the nastiness of the economic picture, the ECB is widely expected to take no action at its meeting tomorrow. The euro area is walking, eyes wide open, into depression. Led by its periphery, which is already there.
Most everyone seems to have convinced themselves that this sort of thing isn't so bad, so long as a Lehman-like financial collapse is avoided. It isn't. Nothing good will come of a euro-zone depression.
If, when all of this is said and done, the euro zone descends into a chaotic, costly break-up, many people will write that such a thing was inevitable, unavoidable. They'll be wrong. We are watching causation this very moment: institutions that know how and why to prevent things from falling apart and which nonetheless sit back and do nothing."
2 May 2012
Ganha a mercearia de bairro
O mais estranho nas defesas da Jerónimo Martins que vejo por aí é a afirmação de que a campanha do Pingo Doce não tem nada de provocatório em relação ao facto de ser 1º de Maio e estarem abertos. Isto é passar um enorme atestado de estupidez a uma empresa que, logo depois, é normalmente elogiada pela sua fantástica capacidade de gestão. Como consumidor, frequente, achei a atitude (que assumo voluntária) indesculpável. Embora não me espante, vinda de quem passa a vida a dar lições de moral ao povo para logo depois fazer tudo ao contrário.
After the bonfire of verities
"(...) The list of the assumptions that turned out to be false is lengthy: that the financial system would be self-stabilising, that managers of banks would prove competent, that financial innovation would improve risk management, that low and stable inflation would guarantee economic stability. We have witnessed a bonfire of the verities.
(...) More fundamentally, nobody can be confident that the propensity of the financial system towards huge crises can be halted. Indeed, the longer that success is achieved, the greater will be the complacency and the bigger may be the crisis. Yet the regulators, central banks foremost among them, are doomed to try. The price of past failures is their present increase in responsablity. (...)"
Martin Wolf, hoje no FT.
(...) More fundamentally, nobody can be confident that the propensity of the financial system towards huge crises can be halted. Indeed, the longer that success is achieved, the greater will be the complacency and the bigger may be the crisis. Yet the regulators, central banks foremost among them, are doomed to try. The price of past failures is their present increase in responsablity. (...)"
Martin Wolf, hoje no FT.
Maio
Isto da chuva, vento, e céu negro podia bem ser apenas uma metáfora. Escusávamos todos de ficar molhados.
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