11 Jan 2013

Armadilhas

Num contexto recessivo (europeu e não apenas português), não há corte de despesa ou aumento de impostos que faça um défice recuar de forma significativa. Os efeitos perversos sobre a actividade económica são suficientemente grandes para anular essas medidas. E quanto mais agressivos formos nesse corte / subida, menor o sucesso no recuo do défice e, como tal, do stock de dívida. Acho que toda a gente percebe isto.
 
Daí ser claro que a insistência em mais e cada vez maiores cortes, só pode ter como explicação impor como uma inevitabilidade uma visão ideológica do papel do Estado na sociedade que nunca seria possível de fazer noutro contexto. Em resumo, é isto: analisar a sustentabilidade do Estado Social num contexto de recessão profunda, sem ter esse facto em consideração, é apenas má-fé.

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