Os gregos não prestam, toda a gente sabe isso. Era óbvio que isto ia acontecer. Ajudar a Grécia é apenas deitar dinheiro à rua, eles não querem trabalhar.
Tudo frases que ouvi, na última semana, a diferentes pessoas em Portugal. Tudo pessoas supostamente informadas que têm o dever de não ceder a preconceitos, que não passam disso mesmo, formas simplistas e, por isso, estúpidas de ver o mundo. Claro que é preciosa a ajuda da irresponsabilidade de tantos responsáveis políticos europeus que insistem em ver a União Europeia como "nós, os virtuosos" e os "outros, os malandros".
Os gregos. Os pretos. Os ciganos. Os judeus. Os portugueses. Os alemães. Como é que estamos ainda aqui, nesta concepção de que um povo, um país, tem características universais que tornam o seu destino, cedo ou tarde, imutável? Se me preocupam as consequências sociais e económicas de um potencial desmembramento da Zona Euro, aterroriza-me que, tantos séculos de atrocidades depois, ainda aceitemos como explicação para o que quer que seja o abjecto "está-lhes na massa do sangue".
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