Temos o lado que argumenta ser este o único caminho, mesmo que não se descortine um rumo que não seja apenas a destruição de tudo o que cheire a serviço público ou proteção básica aos desfavorecidos. Uma mistura perigosa de fé num tal de mercado utópico que encontra, no desejo de desregulamentação e selvajaria, os desejos de vingança de uma direita que nunca perdoou nada do que foi conquistado pelos portugueses em democracia.
Do lado oposto também encontro o medo. Desde as proclamações de independência nacional, advogando o abandono imediato do euro, como se esse não fosse um passo suicida na sociedade actual portuguesa, à exigência de rasgar tudo o que são os acordos que livremente assinámos, sem explicar que modelo de financiamento - e sobrevivência - defendem para para o país.
O comum destes dois lados é ser impossível dialogar com qualquer um deles. A razoabilidade que é necessária para o fazer tem vindo a ser cada vez mais minada, muito pela actuação de um governo que, convencido de possuir uma qualquer missão salvífica, continua a alienar, um a um, vários sectores da sociedade portuguesa.
Teremos de ser nós a por cobro a isto. Ou, não tarda muito, qualquer réstia de bom senso vai soçobrar ao fanatismo que domina actualmente o discurso público.
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