30 Apr 2004

A compostura


Muitos lhe vaticinaram um triste destino como Ministro de Estado e da Defesa. Conhecendo o Paulo Portas truculento, espalhafatoso, director de jornal de escândalos, era difícil imaginá-lo numa pose de Estado, serena, digna. No entanto, o "Paulinho das feiras" surpreendeu tudo e todos, mantendo-se distante das quezílias, adoptando um estilo muito mais sereno e, claro, pondo em prática muito do que andou a condenar durante anos na casse política.

Mas, sinceramente, parece-me que esse tempo passou. Voltamos à história do escorpião e do sapo. Até podemos lutar contra a nossa natureza mas esta acaba por ganhar.

Os episódios da pastilha elástica no desfile militar e a apoplexia nervosa que hoje ia tendo em pleno parlamento, mostram-nos o Portas que conhecíamos, com a sua aura de arrogância e difícil convivência com a democracia. Está-lhe a estalar o verniz. Já não era sem tempo.

Tarantino in love




Impressionante a forma como filma Uma Thurman.

Actualização: leiam este post do Babugem.

29 Apr 2004

Um clássico da blogosfera


Não faço ideia porquê, mas alguém veio parar aqui com a seguinte pesquisa no Yahoo Brasileiro: animal mating pictures

Não. Aqui não temos. Mas podem contactar os Marretas. Pode ser que o Animal vos arranje qualquer coisa...

Actualização: parece que foi por causa do post sobre o rinoceronte demasiado amigável. Está explicado.

Parem as rotativas!


Finalmente a resposta a uma questão que me andava a apoquentar há algum tempo.

ALARGAMENTO
Bandeira da União Europeia não vai ter mais estrelas
A bandeira da União Europeia não vai ter mais estrelas, para além das 12 já existentes. Desta forma, os dez novos países, que vão aderir à UE no dia 01 de Maio, não vão ter direito a uma estrela dourada na bandeira azul.

in TSF. Resto do artigo aqui.

Hoje é dia de...



O eterno optimista


Pode parecer incrível, mas o comportamento da selecção nacional nestes jogos de preparação não tem nada a ver com ir (ou não ir) à bruxa. Há pelo menos duas boas razões que explicam a súbita falta de jeito para jogar à bola. A primeira prende-se com a famosa táctica de baixar as defesas dos adversários. Por esta altura já ninguém (mesmo ninguém!) tem receio de jogar contra Portugal. A segunda razão é apenas gestão de relacionamento entre a equipa e os adeptos e é daquelas win-win situations: se perdermos, já ninguém se espanta depois destes jogos. Se ganharmos imaginem a festa que vai ser.

Eu nem quero pensar o que custou ao Ricardo deixar entrar aquela bola. Posso imaginar até a frase dita pelo companheiro de selecção, que se aproxima pouco depois: “Vá Ricardo, não te esqueças que é um frango por Portugal!”. Figo, no momento do remate, lágrima furtiva ao canto do olho, pensando: “Tens de acertar no guarda-redes, não podes falhar o guarda-redes!”. Já ao Rui Jorge não custou nada. Foi só seguir na maré de azar.

28 Apr 2004

Siga o blog


Escrever no Serras em Abril significou reencontrar-me com o pensar sobre política, tema afastado desde os tempos da Faculdade. Com tanto prazer no reencontro que as “postas” saíram em catadupa, quase sem interrupção. Com toda a emoção que o tema Abril sempre implicou para mim. Propositadamente com toda a emoção.

Hoje releio o blog e penso que é excessivo. Ainda bem. De moderação já estou bem servido, obrigado.

Quero, agora, que os temas se alarguem mas o sentimento continue. Bloguemos, então.

27 Apr 2004

Reflexões sem tempo


É o título de um texto que escrevi e redescobri agora. Foi escrito por ocasião do 25 de Abril de 1995 (há 9 longos anos portanto) e publicado num jornal universitário bastante sui generis, intitulado Nova Opinião.

Trancrevo-o aqui pela ligação feita entre evolução e revolução, mais actual agora do que então. E porque, perdoando alguma da exaltação, da má escrita e dos pormenores próprios da época, me revejo no texto que escrevi há 9 anos.

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Reflexões sem tempo

Revolução: transformação, mudança profunda, progresso intensivo segundo um dos muitos dicionários da língua portuguesa. Odiada por muitos, amada por poucos, acima de tudo, não deixa ninguém indiferente e nada incólume.
Foi e continuará a ser a única maneira de mudar, alterar, transformar e, muitas das vezes acabar, arrasar, destruir, tudo o que oprime o homem e a liberdade. Dir-me-ão que tudo isto envolve sangue, mortes e injustiças e que muitas vezes as revoluções tiram mais do que dão liberdade, a estabilidade económica e os climas de confiança e tudo isso. Tudo isso me lembra uma frase inicial de um discurso que li em quaquer lado: “A revolução não é um estado de coisas permanente e não podemos permitir-lhe que assim queira continuar. A corrente da revolução desencadeada deve ser conduzida pelo canal da evoluçao.” Politicamente correcta, não é? Foi dita a 6 de Julho de 1933 por Adolfo Hitler a filas de homens todos perfilados e impecavelmente fardados. Ficariam conhecidos na generalidade por NAZIS. E foi o que se viu.
Que dizer do espancamento de pessoas metódica e eficazmente, sejam estudantes ou operários, porque estão a exercer o seu direito constitucionalmente garantido de manifestação? Que dizer de um SIS que sem qualquer tipo de controlo, investiga dirigentes associativos e sindicais? Que dizer das pensões dadas a ex-PIDE’s (leia-se assassinos e torturadores) por valorosos serviços prestados à nação? Que dizer de uma lei de imprensa (recentemente aprovada na A.R.) cujo único propósito é defender os podres poderes estabelecidos? Que dizer da libertação de bombistas assassinos logo após a “normalização democrática”? Que dizer da fome e miséria que cada vez mais alastram nas ruas das nossas cidades?
Para mim, todas as estruturas da velha senhora continuam a existir ou estão em claro processo de branqueamento e reabilitação, embora com nomes diferentes. E isto, enquanto nós em democracia vamos dando maiorias absolutas a quem demonstra que nada mais sente do que um profundo desprezo por quem lhe deu esse poder. O que faz falta, meus amigos, é uma verdadeira revolução. De mentalidades.
Almada Negreiros disse uma vez: “Um povo perfeito tem todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, portugueses, só vos faltam as qualidades!”. Olhando para o estado das coisas, vejo-me obrigado a concordar. Somos uns boçais.
Mas e porque ainda há quem grite “revoltem-se, foda-se!” decidi não desistir. Nunca desistir.

Já somos três


26 Apr 2004

Nem só de liberdade se faz Abril


26 de Abril de 1937. A divisão Condor, da força aérea alemã, destruía Guernica, a pedido do General Franco. O génio de Picasso tornou impossível o esquecimento.

25 Apr 2004

Espaço de Sonho


No dia 25 de Abril de 1974 eu ainda não tinha nascido. O meu Abril, aquele
que me formou, foi criado pelos meus pais, pelos valores que me
transmitiram, pela festa que faziam sempre que se comemorava o Dia da
Liberdade.
Lembro, com demasiada saudade, os ramos de cravos vermelhos com que a minha
mãe enchia a casa, estivéssemos ou não, em Abril. Lembro quando me mostraram
a voz quente do Fernando Tordo a cantar a poesia de José Carlos Ary dos
Santos: “O povo não é livre em águas mornas / Não se abre a Liberdade com
gazuas”. Lembro-me de ouvir, com eles, vezes sem conta, Zeca Afonso, exemplo
máximo dos trovadores de Abril. Talvez por isso, ainda hoje me sinta um
“Filho da Madrugada”.
O 25 de Abril é, para mim, um espaço emocional, porque não o vivi. Um espaço
de sonho, de inocência, de acreditar que tudo é possível. O primeiro
momento, o momento fundador, de todos os ideais em que acredito. Liberdade.
Democracia. Solidariedade. Paz.
Neste dia, 25 de Abril de 2004, quero dizer obrigado e prestar homenagem aos
militares que souberam dizer basta. E aos meus pais por terem criado, para
mim que só nasci depois, esse espaço de sonho.

24 Apr 2004

Para não se apagar a chama


Hoje, dia 24 de Abril, deixo a letra da canção de Zeca Afonso de que mais gosto. Somos, de uma forma ou de outra, todos filhos da madrugada. Da madrugada que aí vem dentro de umas horas.

Canto Jovem

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegámos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa moira encantada
Vira a proa da minha barca

José Afonso

23 Apr 2004

Também para eles


Sim, o 25 de Abril também foi feito para que pessoas assim possam dizer à boca cheia alarvidades destas.

Segundo Luís Champalimaud, ex-presidente da Mundial Confiança e filho de António Champalimaud, agora em Portugal "vive-se à custa de Bruxelas e da venda de empresas 'roubadas'". Ficamos a saber ainda que "tudo foi feito de novo [a partir do 25 de Abril], mas o modelo não permite a criação de riqueza. Agora distribuem-se as reservas. E quando acabar, apaga-se a luz?". Podem encontrar estes e outros interessantes comentários no Jornal de Negócios de hoje (não encontrei um link para a notícia).

O sistema actual não permite a criação de riqueza.... É uma boa afirmação para quem vendeu, em 2000, e por 300 milhões de contos, o grupo financeiro Mundial Confiança, com uma mais-valia gigantesca.

And now for something completely different (II)


Ou Serras National Geographic. Obrigado Casper pelo link.

Rhino gets amorous with car

Thursday, April 22, 2004 Posted: 1316 GMT (2116 HKT)
LONDON, England (Reuters) -- A rampant rhinoceros gave a group of visitors a glimpse of nature in the raw at a British safari park when he tried to have sex with their car.
Sharka, a two-ton white rhino, got amorous with Dave Alsop's car when he stopped with three friends to take pictures of the animal mating with his partner Trixie at the West Midland Safari Park.
The 12-year-old rhino tried to mount the Renault Laguna from the side, denting the doors and ripping off the wing mirrors before Dave drove away with a puffing Sharka in pursuit.
"He was a big boy and obviously aroused," Alsop told the Sun newspaper on Thursday.
"He sidled up against us. The next thing I know he's banging away at the car and it's rocking like hell."
A spokeswoman for the park, which says "rhinos are not particularly intelligent animals" on its Web site, said Sharka was a hit with the female rhinos and had fathered two calves in the last five years.
"He's got a bit of a reputation this lad and he was obviously at it again," she added.


Mas pensando bem.... Um "not particularly intelligent animal" que fode o objectivo errado... Podia ser o George W!

22 Apr 2004

Excelente cartoon




Se não for maldoso é um excelente cartoon. Se formos mentes perversas (e eu sou), pisa ao de leve a linha do mau-gosto. Mas não deixa de ser um excelente cartoon. Bandeira, o autor do óptimo "Cravo e Ferradura" no DN, merece os parabéns.

21 Apr 2004

A capacidade flutuante de Portas acabou de aumentar


Assinado contrato de compra de dois submarinos
Paulo Portas promete recuperar capacidade submarina perdida

O ministro de Estado e da Defesa Nacional, Paulo Portas, prometeu hoje tudo fazer para que Portugal recupere o tempo perdido em matéria de capacidade submarina, durante a assinatura do contrato de compra de dois novos submarinos ao consórcio alemão GSM (German Submarine Consortium) e recusou as críticas da NATO sobre o desperdício desta operação de renovação da Marinha portuguesa.

in Publico on line.
Resto do artigo aqui.

É desesperante. Esta ânsia do simbolismo. Défices orçamentais superiores a 3%? Críticas da NATO (se calhar até percebem do assunto, não sei...), acusando o Governo português de desperdício? Nada disso interessa. O que é de facto importante, é Paulo Portas poder afirmar, com brilho nos olhos e fato às riscas e pleno de orgulho pátrio, que foi ele que comprou os submarinos.

Quando é que eu aceito que alguma política (Paulo Portas/submarinos/Cinha Jardim, Santana Lopes/Tunel do Marquês/Santanetes) se faz exclusivamente de adereços? Espero que nunca.

Lugares de Infância


Através do País Relativo, descubro o Pastelinho, blog de ex-alunos do Externato Fernão Mendes Pinto e da Escola C+S Delfim Santos (na qual eu também fui aluno). De repente, vejo-me regressado aos meus lugares de infância, a todo aquele "universo" à volta do Largo Conde de Bonfim.

Os objectivos do Pastelinho prometem. A escrita também. Vão lá ver.

20 Apr 2004

E de repente...


As instituições deste país surpreendem! Quem diria que havia coragem?

Presidente da Liga de Clubes detido pela PJ do Porto
Valentim Loureiro diz que desconhece motivos da sua detenção

Valentim Loureiro, detido hoje para interrogatório pela Polícia Judiciária por suspeitas de tráfico de influências na arbitragem e corrupção, diz que ainda "não sabe do que está indiciado" e que aguarda ser ouvido pela PJ e por um juiz.

in Publico on-line
. Resto do artigo aqui.

PS: impossível não comentar o nome da operação da PJ: "Apito Dourado". Estava aqui a tentar arranjar um nome mais foleiro mas até agora não fui capaz. Sugestões aceitam-se.

Liderança visionária


Sustos


Abro o Público de hoje, vou folheando, e de repente, o susto: o título do editorial é: "Guantanamo, até quando?" e critica (moderadamente, mas critica) os EUA. Pensei, "o Zé Manuel Fernandes está a tentar amainar o sucesso da petição lançada pelo Barnabé.... O tema é um pouco óbvio mas, caramba, o editorial critica os nosso aliados, não pode ser...., não se admite!"

Mas depois reparo, o editorial é assinado por Amílcar Correia. Uf!, Bush pode respirar de alívio. José Manuel Fernandes continua ao seu lado. Sem divisionismos que atrapalhem.

19 Apr 2004

Corrija-se de imediato




E não é que Corto Maltese ainda não tinha aparecido neste blog? Esta imagem pertence ao livro "As Helvéticas" e faz parte de um daqueles típicos "sonhos" de Corto, povoados de criaturas e situações fantásticas. Daqueles em que não se distingue o que é sonho e o que não é. Já lá estivemos todos, não?

E que dizer da força desta imagem?






Quero escrever sobre o assunto, mas já não sei o quê... A vontade de paz parece-me tão afastada de ambas as partes.

A pergunta que se deveria fazer é: como é que se interrompe o ciclo de violência? O que acontece no terreno é que a política de Sharon (e o apoio incondicional que esta e este recebem dos EUA, John Kerry incluído) são a desculpa perfeita para a cada vez maior radicalização dos palestinianos. E, sinceramente, não me parece que os terroristas que se encontram entre os palestinianos precisem de ajuda. Mas agradecem-na.

18 Apr 2004

Razões para ser ateu


Certamente para se certificarem de que não me esqueço das razões que me fazem ser ateu, a Igreja faz questão de, periodicamente, mas lembrar. Este fim-de-semana, na Grande Reportagem (acho que não tem página web...), leio que o Vaticano divulgou um documento de 800 páginas com as linhas mestras que devem orientar a família e o sexo (!!). Em baixo, duas frases que mostram bem a evolução (lá está esta palavra outra vez) da instituição Igreja desde a altura em que pessoas eram queimadas por heresia ou desde a altura em que, tacitamente, apoiava e enriquecia com o regime nazi.

A primeira pérola é sobre a homossexualidade: "Os homossexuais não têm direitos, dado que a homossexualidade não tem valor social"

A segunda incide sobre o combate à epidemia da SIDA: " a abstinência ou as relações sexuais dentro do matrimónio são a única estratégia eficaz"

Ficamos à espera de mais opiniões dos senhores. Devia dar para rir... Não. Desculpem, mas não dá.

Boavista 2 - Sporting 1


Diálogo na manhã seguinte:

- Querida, trouxe-te o pequeno almoço
- Obrigado, paixão!
- Paixão??? Não me fales nesse nome!!!

15 Apr 2004

Sem tempo para blogar - parte 1




O Calvin é o meu guru. Já viram a luz que está sobre Lisboa, hoje?

14 Apr 2004

Uma grande ideia


Leio no Barnabé:

"Como lisboeta, faço já campanha: vamos pôr Santana em Bruxelas!"

Faz-me lembrar um movimento que existiu na Faculdade de Economia da Nova, na altura das eleições presidenciais de 1996. Tinha o bonito nome de MJFECP, ou seja, Movimento Jovem da Faculdade de Economia Cavaco à Presidência, cujo lema era "Mais vale Presidente do que nosso professor".

Anos depois, esta ideia de atirar com Santana Lopes para Bruxelas parece-me importante. Mas não só como lisboeta. É que assim, deixaria de desejar que Cavaco Silva se candidate à Presidência da República, só para não passar pela vergonha de poder ver, como presidente do meu país, o Santana rodeado das suas Santanetes.

13 Apr 2004

Para repetir todos os dias


Não só, mas também, a propósito de Abril.

Rifão Quotidiano

Uma Nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar o que acontece

Mário Henrique Leiria, in Novos Contos do Gin, Editorial Estampa

12 Apr 2004

Ainda Abril




No fim-de-semana, discussão à volta dos famigerados cartazes da "evolução". E os argumentos a favor destes: "O importante é o futuro", "não podemos estar agarrados ao passado", "temos é de olhar para a frente", "as comemorações oficiais, a linguagem, já está toda a gente farta".

Deve ser defeito meu. Certamente de formação. Mas sinto que racionalizar o 25 de Abril, extirpá-lo do que aos olhos de hoje não fica bem, é não comemorar, é minimizar o que (como me contaram e ensinaram) foi um tempo de sonho, de inocência absoluta. E, desculpem lá pá, mas acho que precisamos (se calhar cada vez mais) de sentir o poder desses primeiros momentos de alegria, de liberdade.

O poder explicativo dos cartoons (I)




A situação no Iraque em resumo. Quando é que chega a ONU?

via Letras com Garfos II.

PS: Se lá forem aproveitem para ler a posta "Poetas de Palmo e Meio" onde se encontram frases como esta:

"Estou com tosse. Engoli frio um dia."
Inês Fernandes, 4 anos

Ele há gostos para tudo...


Condoleezza Rice, "O modelo de mulher do século XXI", lido no Blasfémias.

11 Apr 2004

Frases (II)


"Busquei abrigo num quiosque, e me perguntei se algum dia saberia viver longe do mar, em cidade que não terminasse assim num acidente, mas agonizando para todos os lados".

Chico Buarque, in Budapeste, edições D. Quixote

8 Apr 2004

And now for something completely different


Mexicana faz cesariana em si própria

Uma mulher mexicana deu à luz um saudável rapaz depois de ter feito, em si própria, uma cesariana com uma faca de cozinha. Este é o primeiro caso do género conhecido em que tanto a mãe como o bebé sobreviveram. Com 40 anos, a mãe, que vive numa zona rural sem electricidade, água canalizada e esgotos, a oito horas de distância de um hospital, decidiu fazer a operação depois de não conseguir ter um parto natural. Já tinha perdido um filho devido a complicações durante o parto. O médico do hospital de San Pablo, que divulgou a notícia na revista internacional de Ginecologia e Obstetrícia, contou que a mulher tomou três copos de um forte licor, pegou na faca de cozinha e cortou o seu abdomen após três tentativas. O bebé nasceu respirando normalmente e gritando a plenos pulmões. Antes de perder os sentidos, a mãe pediu a um outro filho que chamasse a enfermeira local, que a coseu com uma agulha normal e linha de algodão. Mãe e filho foram depois transferidos para o hospital, noticiou a Reuters.

in Publico, 08/Abril/2004

7 Apr 2004

Ups...


Fui descoberto! Parece que passei a ter alguma audiência. A melhor, claro! De qualquer forma, ai a responsabilidade...

Sempre inovando, juntei a possibilidade de fazerem comentários. Parece que é uma coisa de "canhotoblogues". Óptimo.

How things work


Ou, será que podemos generalizar?

Excerto de reunião (imaginária) entre investidor e dono de grupo de media

Investidor (I): este contrato para utilizarem os espaços da empresa X para publicidade é renovável de um em um ano. Ou seja, podem perder este contrato facilmente, não é?

Dono (D): não, não acreditamos que esse risco exista... É a vantagem de sermos um grupo integrado.

I: como assim?

D: Repare, se a empresa X decidir rescindir o contracto connosco, podemos sempre “arranjar” uma notícia sobre essa empresa para passar nos telejornais. Não me parece que a empresa X queira correr esse risco.

I: Ah, OK. Já percebi…

6 Apr 2004

Lá volto eu...


ao Delgado. Reparem na pérola:


"(...) quem escolheu Bush foram os americanos, que poderão repetir a dose, e conviria não os tomar por idiotas, burros e incapazes. Que tal respeitar, um pouco mais, a maioria dos americanos? Dói? Custa muito? Provoca alergias? "

Parece-me que respeitar a maioria dos americanos era ter o Al Gore na presidência. Lembro-me de ver, no barnabé, um hilariante autocolante de campanha das presidenciais norte-americanas: "Re-defeat Bush in 2004". É só seguirem o link para poderem ver também.

5 Apr 2004

Escolhas


Enquanto estudo, os fins de semana vão passando por mim, sem me darem cavaco. Neste, vi a filha de uma amiga, com apenas duas semanas. Vi o Sol. Falei com amigos. Já sei, já sei, a inveja é uma coisa muito feia. Mas saber isso, não faz com que deixe de me sentir assim, inquieto, irritado, impaciente. Com as minhas escolhas.

2 Apr 2004

Abril




Grande ideia, do Barnabé, em reproduzir os cartazes da revolução de Abril. Porque é importante recordar. Para quem, como eu, nasceu já em liberdade (em pleno verão quente de 75, diga-se) estes cartazes são anacrónicos. Mas, ainda assim, importantíssimos. Para perceber que, sim, o 25 de Abril e o PREC originaram situações ridículas, lesivas para muitas pessoas, com impactos duradouros na sociedade portuguesa. É hoje fácil olhar para trás e perceber isso. Tanto como é injusto,estúpido e redutor avaliar a a revolução dos cravos apenas por esse prisma.

O 25 de Abril terá sempre um carácter político e este não é extirpável. Não podemos transformá-lo em asséptico, higiénico, limpinho, conveniente. O que podemos é, dando aos pormenores a importância que merecem, realçar, falar, ensinar os quatro D's de Abril. Não deixar que eles morram. Porque esses serão sempre actuais.

Democratizar

Descolonizar

Desenvolver

Dinamizar

Retratos


Os voos Lisboa-Porto e Porto-Lisboa são do mais pitoresco que há. Somos tão pequenos, que não existe um voo em que não esteja presente pelo menos um famoso. Ontem, no Porto, tinhamos o José Carlos Malato acompanhado da Sónia Araujo e da Merche (há nomes que sinceramente) Romero. Confesso que descobrir os nomes exigiu alguma investigação.

Mas sentia-se o frissson. Os comentários. As abordagens espontâneas. E o comportamento típico das estrelas wanna-be. Falavam alto. Riam muito. Foram os últimos a entrar no avião. Entre o comportamento do povo e o comportamento das estrelas, venha o diabo e escolha. Triste. Mas, confesso, divertido de observar.