4 Dec 2003

Uma carta por dia

Era o que ele escrevia para a mulher que amava. Internado no sanatório, cada vez mais débil por causa da doença, nunca deixou de escrever ao seu amor, todos os dias. Achei tão bonito quando me contaste essa história ontem. A paixão, misturada com a tragédia da tuberculose, seria uma espécie de cancro na altura, possibilidades de sobrevivência incertas. E como âncora, como ponto de referência o amor por uma mulher. O lembrar todos os dias qual era a razão para querer viver. Nunca estive perto de morrer, pelo menos conscientemente. O momento em que estás mais lúcido. O momento em que estás mais só. É bom aperceber-me que, mesmo em face da tragédia, não estaria só. Tenho sempre os teus braços quentes para me embalar em todas as viagens que empreendo.

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