29 Apr 2004

O eterno optimista


Pode parecer incrível, mas o comportamento da selecção nacional nestes jogos de preparação não tem nada a ver com ir (ou não ir) à bruxa. Há pelo menos duas boas razões que explicam a súbita falta de jeito para jogar à bola. A primeira prende-se com a famosa táctica de baixar as defesas dos adversários. Por esta altura já ninguém (mesmo ninguém!) tem receio de jogar contra Portugal. A segunda razão é apenas gestão de relacionamento entre a equipa e os adeptos e é daquelas win-win situations: se perdermos, já ninguém se espanta depois destes jogos. Se ganharmos imaginem a festa que vai ser.

Eu nem quero pensar o que custou ao Ricardo deixar entrar aquela bola. Posso imaginar até a frase dita pelo companheiro de selecção, que se aproxima pouco depois: “Vá Ricardo, não te esqueças que é um frango por Portugal!”. Figo, no momento do remate, lágrima furtiva ao canto do olho, pensando: “Tens de acertar no guarda-redes, não podes falhar o guarda-redes!”. Já ao Rui Jorge não custou nada. Foi só seguir na maré de azar.

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